quarta-feira, 11 de setembro de 2013

100 sonetos de amor - LXXVIII

Não tenho nunca mais, não tenho sempre. Na arena
a vitória deixou seus pés perdidos.
Sou um pobre homem disposto a amar seus semelhantes.
Não sei quem eras. Te amo. Não dói, não vendo espinhos.

Talvez alguém saberá que não teci coroas

sangrentas, que combati o engano,
e que em verdade enchi a maré alta de minha alma.
Eu paguei a vileza com pombas.

Eu não tenho jamais porque distinto

fui, sou, serei. E em nome
de meu mutante amor proclamo a pureza.

A morte é só pedra do esquecimento.

Te amo, beijo em tua boca a alegria.
Tragamos lenha. Faremos fogo na montanha.

Pablo Neruda



a experiência humana

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